domingo, 17 de outubro de 2010

Carta aberta aos presidenciáveis

Os jornalistas brasileiros, legitimamente representados pela FENAJ e os seus 31 Sindicatos filiados, vêm a público reivindicar dos candidatos à Presidência da República que se comprometam com as bandeiras da democratização da comunicação e com a defesa do Jornalismo como bem público essencial à democracia, e dos jornalistas como categoria profissional responsável pela efetivação do direito da sociedade à informação.

Há no país uma ação permanente patrocinada pelos grandes grupos de comunicação para desqualificar o Jornalismo, confundindo propositadamente a produção de informação com entretenimento, ficção e mera opinião. Igualmente, a categoria dos jornalistas sofre ataques à sua constituição e organização.

Por isso, mais uma vez, os jornalistas brasileiros afirmam a defesa da regulamentação da profissão e conclamam a futura ou futuro presidente a apoiar a luta pela aprovação das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), em tramitação no Congresso Nacional, que restituem a exigência da formação de nível superior específica para o exercício do Jornalismo.

Nossa categoria entende que a luta pela regulamentação da profissão e pela democracia da comunicação é de interesse público. Baseada nesta compreensão, pede a continuidade da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) como instância democrática e plural de discussão e deliberação das políticas públicas para o setor.

Afirmamos a necessidade de o governo brasileiro dar sequência às decisões da 1ª Confecom, destacando como prioridade a criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância deliberativa, do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ) e do Código de Ética do Jornalismo assim como a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa para o país.

Os jornalistas brasileiros têm a certeza de que o futuro ou futura presidente da República comprometer-se-á com a construção desse grande projeto nacional porque significa a defesa da Liberdade de Expressão e Imprensa e da democracia no Jornalismo, na Comunicação e no Brasil.


FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas

Brasília, 15 de outubro de 2010.

Fonte: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=3194

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que ficou do 1° Turno

Nada deveria ser mais previsível do que os planos de governo dos candidatos a presidência, mas como podemos observar ficou aquém do esperado.

Em uma sátira a capa da revista Veja edição (06/10) traz escrito em letras miúdas e opacas: “As grandes propostas para o Brasil feitas na campanha presidencial”, dois pontos, abaixo tudo “invisível”, ou seja, nenhuma proposta relevante. Bem discreto no canto inferior da capa informa que a partir da página 88 as questões essenciais das quais os candidatos fugiram e agora podem ser discutidas.

E para não deixar passar em branco classificam o último debate entre os presidenciáveis como insosso, insípido e inodoro. Assim a apadrinhada, favorita e cheia de mistério terminou o primeiro turno com o plano de governo numa incógnita para o eleitor. O que mais a Dilma falou foi no “...PAC,PAC,PAC”.

O tucano na reta final se projetou em um plano pessoal e antigo: “ser presidente do Brasil”, um sonho desde que era estudante. E agora mais do que nunca parece ter chance. O que mais se falou em seus programas no horário político gratuito foi em “...cortar para crescer”.

A candidata verde, porém com coração vermelho, impulsionada pelo discurso ambientalista e de defesa da ética, a ex-petista sai destas eleições fortalecida e já pode pensar em 2014. A quem diga que o cineasta norte americano James Cameron se inspirou na história de Maria Osmarina Marina Silva de Lima para criar o filme Avatar.

Se esta tendência “verde” se confirmar apostamos que o PV apoiará no segundo turno o partido tucano, Serra e seu vice, o ex-baterista de banda de rock Indio da Costa. Assim, a música a ser tocada no Palácio do Planalto em 2011 não será moda de viola mineira nem nativista.