quarta-feira, 8 de junho de 2011

Túnel do tempo ilusório

O corredor que liga o plenário aos gabinetes dos senadores sofreu reforma e em suas laterais onde já existiam painéis com os fatos que marcaram a historia do Senado tiveram alguns desses painéis modificados. Tudo para encobrir alguns fatos.
Reinaugurado com pompa pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB), o “túnel do tempo”,  traz agora uma decoração que reescreve a historia da instituição e o mais engraçado que alguns fatos reescritos falam de episódios do próprio Sarney, o homem esta se auto- promovendo. Muito bom... heim!
É como se alguém se apropriasse de uma obra literária das mais famosas e apagasse nuances que não o interesse e em seguida reescrever com seu grau de conhecimento linguístico e próprio interesse. 
Fotos como o impeachment do ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, ocorrido em 1992, havia sido apagado da ordem cronológica do túnel. Segundo o próprio Sarney este não era um fato marcante. Depois voltou atrás e determinou que o painel sobre o impeachment do seu agora, aliado voltasse a compor a galeria do túnel. Quase apagou com essa memória no túnel, mas não conseguiu.
Outro fato, a cassação do ex-senador do Distrito Federal, Luiz Estevão em 2001 foi riscado da parede e deu lugar a feitos protagonizados pelo Senador José Sarney. As CPIs que marcaram a atuação da Casa também ficaram de fora nesta reforma.
Sarney é ainda homenageado com a publicação de foto em que ele aparece jurando a Constituição, no lugar do presidente Tancredo Neves. Pelo visto Tancredo, também não foi marcante para o Senador.
Claro que muitos fatos importantes da história estão lá, mas riscar alguns ou substituir não é o caminho. E não é escondendo da nova geração a parte “podre” da história que vai se apagar os fatos.